Primeiro que tudo, acho que vos devo dizer
que, embora o meu historial, eu sempre fui uma pessoa saudável, praticava
desporto regularmente (e ainda me mantenho o mais activa que o meu corpo e os
tratamento me permitem) e tinha (e tenho) uma alimentação cuidada.
No decorrer do ano passado notei algumas
alterações no meu peito esquerdo: estava inchado, tinha uma temperatura anormal
e estava com uma fibrosa esquisita. Ora sabendo eu da minha história, resolvi
marcar uma consulta de imediato para um médico de oncologia num hospital
privado que me diagnosticou uma mastite. Achei estranho, questionei-o, pois eu
sempre associei mastite à subida do leite, e ele disse-me que, por vezes, a
mulher pode apanhar germes no mamilo que resultam em mastites. Regressei a casa
com indicação para fazer um anti-inflamatório durante 15 dias, após os quais seria
novamente avaliada. Neste processo (e sem melhoras) passaram-se quatro
consultas e dois exames médicos e sempre com o mesmo diagnóstico.
Comecei a ficar ainda mais preocupada, porque
a situação começou a piorar, estava cada vez mais inchado e começaram a surgir algumas
dores, principalmente ao toque. Andei neste impasse durante cerca de quatro
meses, o tempo suficiente para agravar qualquer cenário possível.
Descontente, marquei uma nova consulta e,
desta vez, na minha ginecologista, que me aconselhou outro médico. E foi aí que
os meus maiores receios se vieram a confirmar. Desde o primeiro momento, ficou
preocupado e com uma postura completamente diferente do médico anterior. Uma
ressonância e biópsia foram cruciais para o diagnóstico final. E, a partir daí
foi tudo muito rápido, fui encaminhado para uma médica de oncologia que
determinou o caminho a seguir.
Um erro médico pode alterar as hipóteses de
sobrevivência numa doença como esta. Uma segunda opinião, no meu caso, foi uma
das melhores decisões da minha vida, aquela que me salvou a vida. Sim, é desta
forma que eu encaro tudo isto, pois, embora o peso que esta doença tem, a
verdade é que de alguma forma, não a aceitei como uma sentença de morte, muito
pelo contrário... ela trouxe-me uma nova maneira de viver! Tenho uma vontade
enorme de vencer, e acredito nisso vivamente.